15/01/2017

A escrita como experiência do incerto: a obra de Silvina Rodrigues Lopes


Bras de Seine près de Giverny (1897), por Claude Monet
Óleo sobre tela, 75 x 92,5. Paris, musée d'Orsay.






« A cet endroit de la toile, peindre ni ce qu'on voit parce qu'on ne voit plus rien, 
ni ce qu'on ne voit pas puisqu'on ne doit peindre que ce qu'on voit, 
mais peindre qu'on ne voit pas, que la défaillance de l'œil qui ne peut pas voguer sur
le brouillard lui soit infligée sur la toile comme sur la rivière, c'est bien beau. »

Evocação do quadro de Monet por Proust, 
em Jean Santeuil (1952, romance póstumo)


“Ouvir a ressonância do mar através do búzio é já sofrer a atração que moveu
poetas e navegadores, gregos e portugueses, em resposta ao apelo do desconhecido, 
que nos indica que nem tudo se resume ao já sabido.”
Silvina Rodrigues Lopes*
[*Nota: Em “A linha musical do encantamento” 
[sobre O búzio de Cós, 1997, de Sophia], 
Relâmpago, n.º 2 –  O lugar da  poesia? (4/1998), 84.] 


1. Do sortilégio do estranhamento

Talvez sobretudo a voz, um timbre simultaneamente familiar e estranho, que se constrói desconstruindo, que se afirma problematizando, sempre acontecimento, sempre devir. Nada fixa ou estática, mas solta aos sortilégios do vento, entre espontaneidade e o rigor, completa de intervalos, silêncios, vazios. Um canto entre filosofia e poesia, fundindo hipóteses e alegrias como metais preciosos. Sim, tão simples como isso, Silvina Rodrigues Lopes é irmã de Eduardo Lourenço, a alquimia do seu canto verbal ousa a heterodoxia, o hermético, no sentido em que se constrói como canto de signo aberto ao incerto, ao fragmentário, à contradição, ao novo, à estranheza, numa metamorfose constante, num movimento de atração e fuga do literário, como fénix renascida.

Lembro-me de um espanto semelhante estabelecido aquando da minha leitura da obra-prima de Graciliano Ramos Vidas Secas, história em que a pobreza da família nordestina correspondia à pobreza da sua linguagem, próxima do grunhido ou da mudez, mas contada numa estratégia narrativa desconcertante, porque não repetia formas nem fórmulas. Clarice Lispector é herdeira desse idioma, dessa reinvenção do escrever o indizível, aquilo para que dificilmente há conhecimento ou palavras. Também no Livro do desassossego encontramos em excesso a escrita contraditória de Fernando Pessoa, com as marcas do modernismo e anunciando a pós-modernidade: os caminhos da inquietude dispersiva, a abertura à multiplicidade e à pluralidade nas variações do texto e do “sentir tudo de todas as maneiras” [Nota: Incipit do poema “Passagem das Horas” de Fernando Pessoa, in Álvaro de Campos: livro de versos. Ed. crítica. Introd., transcrição, org. e notas de Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1993; reproduzido no Arquivo Pessoa online.], mas que afinal se expressa na incompletude fragmentada, em que o que é dito poderia ser outra coisa ainda ou o não dito. A pós-modernidade espelhada numa pluralidade de vozes.

O que torna ainda mais interessante a aproximação à obra de Silvina Rodrigues Lopes é que o encontro com o idiomático da sua voz parece revelar-se nas várias modalidades da sua escrita e ação social. Defendemos que a sua conceção da escrita (do literário) como experiência do incerto informa não só a sua atividade de ensino e de crítica literária (estudos de literatura portuguesa do século XX, alguns reunidos na coletânea com o título Aprendizagem do incerto, 1990), mas também a sua ensaística de problematização da teoria literária (o estudo de referência é constituído pela tese, extensa e erudita,  de doutoramento: A Legitimação em literatura, 1994) e a sua atividade de escrita mais pessoal e excêntrica concretizada nos dois livros de ficção (Tão simples como isso, 1985, e E se-pára, 1988) e no livro de poesia, mais recente (Sobretudo as vozes, 2004). Do mesmo modo, quer como codiretora das revistas Intervalo [Nota: O editorial desta revista testemunha a assinatura de Silvina Rodrigues Lopes ao propor-se “como uma revista de pensamento da atualidade”, partindo “da convicção de que a subordinação a estratégias de sucesso e de imposição de imagens e modelos não é uma fatalidade.” E desse modo a Intervalo “não visa de modo nenhum concorrer para a acumulação de saber pronto a consumir” e “recusa o espaço-tempo do consenso, as suas estratégias comunicativas e as suas visões totalizadoras.” (in site da Intervalo)] e Dobra, quer como diretora das Edições Vendaval, Silvina Rodrigues Lopes imprime a sua marca idiomática. Por exemplo, entre outros fins, a revista Intervalo propõe-se “afirmar o abrandamento de velocidade, a pausa e a incerteza, enquanto modos de resistência às exigências de circulação e comunicação.” Na mesma linha editorial, o catálogo da editora Vendaval apresenta como proposta uma seleção de obras que faz “coexistir vários géneros” e tem “como horizonte irrepresentável a multiplicidade – nada fixo ou definido, mas aquilo que no limite da sua forma se torne infinito e assim responda ao impossível.” [Nota: Do texto editorial online e no Facebook].
 
Portanto, uma conceção da escrita e do literário parece irradiar pela múltipla atividade de Silvina Rodrigues Lopes e que se poderá comprovar no encontro com os seus textos de ensaio, crítica, ficção e poesia. A sua assinatura revela, numa ordem aleatória, o poder alquímico da filosofia-teoria-poesia. E daí o sortilégio do estranhamento que ocorre no encontro com a docente, a ensaísta, a crítica literária, a ficcionista, a poetisa, a editora: múltipla e una, é sobretudo a sua voz, várias vozes, que se constrói desconstruindo, que se afirma problematizando, sempre devir, sempre acontecimento.

2. Entre legitimação e experiência

Gostaríamos de fazer essa aproximação enunciada. Um projeto de aprendizagem, de leituras e de ensaio de escrita. Todavia, para além da ousadia do intento, as contingências temporais não o permitem. De facto, partíramos da leitura atenta de A Legitimação em literatura (1994) cuja problemática a autora defendeu na sua tese de doutoramento que publicada em seguida num volume com cerca de 500 páginas [Nota:   A Legitimação em literatura. Lisboa: Cosmos, 1994. – Edição da tese de doutoramento: O problema da legitimação em literatura. Texto policopiado. Tese de doutoramento em lit. Portuguesa do séc. XX. Lisboa: FCSH-UNL, 1993. – 692 p.; (30cm); bibliografia, p. 647-684].  A sua obra de referência no âmbito da teoria literária [Nota: As outras obras publicadas nesta área – geralmente coletâneas constituídas por textos avulsos, inéditos ou dispersos – cujos títulos, tomados de um dos textos inclusos, são reveladores de perspetivas ou concepções do literário: Aprendizagem do incerto (1990), Literatura, defesa do atrito (2003), A anomalia poética (2005), A estranheza-em-comum (São Paulo, 2012), O nascer do mundo nas suas passagens, 2021.], citada em muitas teses académicas nacionais e além fronteiras e considerado “um dos grandes livros de teoria que alguma vez foram publicados em Portugal” [Nota: - GUERREIRO, António (1994) “A teoria instável” – [recensão crítica de: A Legitimação em Literatura, Silvina Rodrigues Lopes], Expresso, n.º 1147, 27.10.1994].

Nesta obra, A legitimação em literatura, Silvina Rodrigues Lopes apresenta e discute as várias formas de legitimação da teoria literária, do Iluminismo até ao Desconstrucionismo, mostrando como a teoria literária integrou sempre no seu campo de discussão elementos desestabilizadores, aporias e paradoxos, o que lhe foi conferindo uma condição difícil e instável. Partindo de uma ideia de literatura, sempre presente, concebida na sua irredutível incerteza, como experiência do incerto, a autora apresenta um variado e forte conjunto de problemáticas sobre teoria literária, com destaque para a legitimação. Ao longo do seu percurso de escrita ensaístico, extenso e construído por necessidades temáticas e argumentativas, a autora “procedeu ao comentário, interpretação e crítica dos grandes autores da tradição da teoria estética e literária (Kant, Hegel, os românticos alemães, Nietzsche, Heidegger, Bakhtine, os formalistas russos, os estruturalistas, os desconstrucionistas)” , como refere António Guerreiro, e “toda a argumentação crítica e a refutação decorrem de pressupostos longamente apresentados e discutidos" [Nota: Idem, ibidem].

Impõe-se a escolha de uma problemática, mais circunscrita e de possível interpretação. No último capítulo de A Legitimação em Literatura, intitulado “A experiência literária” [p. 455-472, Silvina Rodrigues Lopes estuda a questão da experiência que irá retomar e tratar no ensaio “A literatura como experiência” [datado de 2002], o primeiro, mais recente e mais extenso ensaio incluso na coletânea de dez textos reunidos em Literatura, defesa do atrito, publicada em Portugal em 2003, reeditada em 2012 no Brasil, também com ressonâncias nos estudos literários desse país [Nota: Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012. – Utilizar-se-há esta edição, que contém dez textos: “A literatura como experiência”, 13-45 (datado de 2002]); “A poesia, memória excessiva”, 47-59 (datado de 1998); “Marcas do desespero”, 61-68 (datado de 1999); “Poesia e ideologia”, 69-74 (datado de 1998); «A forma exacta da dissipação», 75-85 (datado de 1998); “A paradoxalidade do ensino da literatura”, 87-99 (datado de 1999); “Na margem do desaparecimento”, 101-120 (datado de 1999); “Do ensaio como pensamento experimental”, 121-130 (datado de 1998); “No limite, a afirmação (Apontamentos de uma leitura de Donner le Temps, de Jacques Derrida” 131-136 (datado de 1991); e “Defesa  do  atrito”, 137-139 (datado de 1999), e agora com uma 2.ª edição em 2017, nas edições do saguão]. Na nota de apresentação do volume, a autora refere que esse conjunto de textos permite questionar “a noção de literatura e – através de temas como o ensaio, a correspondência, o ensino, a citação, a memória ou a experiência literária – as condições mínimas de um fazer que não se subordina a valores nem instituições” [p. 11]. Portanto, entre vários temas-problemas que se integram no âmbito de estudos da teoria literária, encontramos a tese central da legitimação, mas neste ensaio sobretudo a defesa da literatura como experiência.

3. A defesa da literatura

A força do ensaio de Silvina Rodrigues Lopes pode ser encontrada na sua inteligente argumentação dialogante mas também na “consciência do tempo histórico” em que foi escrito. Assim o notou Carina Infante do Carmo, ao explicitar que o artigo “tem como pano de fundo algumas das tensões que abalaram o século XX em termos teórico-literários”:

     Nesse período a literatura foi conduzida ao interior de si própria e também à impossibilidade de uma sua definição ontológica – a da literariedade. Além disso, foi intensa a necessidade de legitimar a literatura, dado o permanente questionamento da sua identidade disciplinar e das suas fronteiras, no quadro geral do conhecimento humanístico.
        [...] A historicidade do que lemos em Silvina Rodrigues Lopes confirma-se tanto pelo debate aceso, de que a autora faz eco, acerca das relações entre arte e sociedade, como pela memória do embate recente (e ainda em curso) com os estudos culturais. Todo o artigo afirma a diferença da literatura em relação à indústria cultural e constitui, nesse sentido, uma demarcação de território disciplinar e um posicionamento epistemológico veementes.
[Nota: CARMO, Carina Infante do (2006) A militância melancólica ou a figura de autor em José Gomes Ferreira. – Tese de doutoramento em Literatura. Orient. Paula Morão. Faro: Univ. do Algarve, 2006, p. 70. – [Tese editada: A militância melancólica... Lisboa: FCG-FCT, 2010.]

Pensando a pós-modernidade (“Do pós-modernismo como adaptação ao mercado”, subtítulo de parte do seu artigo), Silvina Rodrigues Lopes reposiciona dois campos disciplinares e artísticos, os estudos literários face aos estudos culturais, defendendo uma crítica literária “vocacionada para a textualidade, para a significação e para a linguagem” [Nota: - Cf. Carina Infante do CARMO (2006), op. cit., p. 71. Para a questão do “ajuste de contas da cultura literária” com os estudos culturais, v. p. 70-71 desta monografia].  Neste artigo, e ao longo de todo o seu percurso teórico-literário de escrita, Silvina Rodrigues Lopes defende, pois, uma leitura desconstrucionista da literatura, entendendo a literatura “como espaço da permanente deriva do sentido, da ficção e do puro jogo de linguagem” [p. 71], um refúgio do novo e do acontecimento num tempo de massificação e mercado. Como experiência.

Continuar a abrir a presente reflexão reiterando que a literatura é experiência, direito ao incerto. Silvina Rodrigues Lopes considera que a “experiência da arte”, incluindo a literatura, “é o paradigma de toda a experiência, por ser nela que a articulação entre o partilhável e o impartilhável, a recepção e a criação, atinge o seu grau mais elevado» [Nota: A Legitimação em literatura. Lisboa: Cosmos, 1994, p. 459].

Na segunda parte do ensaio “A literatura como experiência”, já referida e com o subtítulo “Do pós-modernismo como adaptação ao mercado”, Silvina Rodrigues Lopes concebe a experimentação como “um modo da experiência, do passar além do círculo restrito da subjetividade”, explicitando a assimetria entre experimentação e anti-experimentação: “a primeira é um gesto de abertura ao incontrolável, que implica a luta contra o controlo automático existente na espontaneidade; a segunda, um refúgio contra o desejo, absolutamente indefensável.” [Nota: Idem, p. 23].  Partirei das dicotomias contidas nessa conceptualização – abertura/fechamento (“refúgio”), incontrolável/controlável, luta/controlo, espontâneo/automático, desejo/poder – para explicitar a noção de texto literário neste ensaio, e na obra em geral, de Silvina Rodrigues Lopes.

Os termos à esquerda de cada par dicotómico são identificados com o positivo do fenómeno literário: defende-se num texto (na escrita ou na leitura de um poema, de um romance...) a abertura, o incontrolável, a luta, o espontâneo, o desejo e este será irredutível face ao controlável, ao controlo, ao automático, ao poder. Atributos sem defesa. Poderíamos talvez sintetizar esta antinomia no par silviano acontecimento/legitimação [Nota: Gostaríamos de ter concretizado um exercício, incompleto e simplificador, mas que poderia ser bastante significante: ampliarmos os pares dicotómicos referidos através de um inventário do idioma de conceitos utilizados pela autora, que fomos coligindo à medida que íamos fazendo a aproximação de leitura à sua obra. Um abecedário terminológico da experiência, do incerto, da escrita silviana. Fica o esboço dessa aventura de aproximação e aprendizagem: abertura/fechamento, acaso/automatismo, acontecimento/ documento, aproximação/distância, atrito / linear, contingente/linear, diferença/o mesmo, estranheza/comunidade, experimentação/anti-experimentação, hermetismo/facilidade de comunicação, ilimitado/limitado, instabilidade/estabilidade, intestemunhável/testemunho, ligeireza/peso, movimento/fixação, novo / dominável, pragmático/não pragmático, saber/poder, singularização/universalização, vazios/fugas à significação,...], na medida em que o texto literário é corte, rutura, experiência e logo: acontecimento. Trata-se de uma visão da Literatura, numa época em que os “que se apresentam como escritores” tendem para o conformismo ou a “adaptação” “às condições institucionais dominantes e ao mercado”, o que implica “que não produzem senão simples objetos de consumo, ao nível de qualquer outro artigo de supermercado.”, segundo Silvina Rodrigues Lopes. A autora irá defender, na sua obra ensaística mas também nas outras modalidades de escrita e ação, a estranheza, o inesperado, o imponderável, o imprevisível, o incerto, o descontínuo, o desvio, o intervalo, o fragmentário, a contradição, a dispersão, a variação, a tensão, o impossível, o vazio, o fascínio, o desejo. Em contraponto, a instituição literária exerce a legitimação e, se conferirmos “um estatuto absolutizante” a atividades como a crítica, a história literária e a teoria da literatura, esta não poderá deixar de ser redutora. Reconhecendo, classificando, arquivando... como o fez e faz a história literária, a literatura como acontecimento passa a ser documento, sem vida, sem fuga.

Numa entrevista intitulada “Poesia e teoria na era da indiferença”, a ensaísta é inquirida sobre a possibilidade da literatura como atrito e experimentação num tempo em que a cultura é de “alta tecnificação e imediaticidade/interatividade audiovisual”. Silvina Rodrigues Lopes observa que:
Experiência é sempre experiência de pensamento, porquanto ela designa um risco, certa decisão que nada garante em absoluto, mas que supõe a perseverança da travessia, portanto o considerar hipóteses, fazer raciocínios e apagá-los, até à vacilação do conceito, resistência do dizer ao dito.* 
[*Nota: Mauricio Salles VASCONCELOS (2011) Poesia e teoria na era da indiferença [Entrevista a Silvina Rodrigues Lopes], Sibila: revista de poesia e crítica literária, Ano 16, 25.02.2011.

Uma travessia da escrita, a da obra total de Silvina Rodrigues Lopes, que ganha sentido na criação de formas em que a teoria-filosofia-poesia se confrontam e se reúnem, entre entusiasmo e sobriedade, entre alegria e rigor, dissolvendo-se umas nas outras sem serem a mesma coisa, talvez sobretudo a escrita da metamorfose, do desejo sempre incerto, sempre experiência. Mas ouçamos sobretudo a voz:

« O que a literatura dá a pensar é a experiência como uma escrita. É nessa medida que ela mostra que toda a experiência é pobre porque incomensurável. Como condição da experiência está a sua divisão, a divisão do «eu» entre a lealdade que deve ao mundo dos trocos ou da transmissibilidade e a que deve ao apelo da paixão, a esse ponto cego, em excesso sobre o sujeito como frágil fronteira do mundo. Frágil, porque no coração da representação insiste o anterior, inominável, secreto [...]” 
Silvina Rodrigues Lopes
In: A Legitimação em literatura. Lisboa: Cosmos, 1994, p. 462.




A VIDA







Silvina Rodrigues Lopes, nasceu em Ansião, em 1950.

Professora universitária, ensaísta, crítica literária, ficcionista, poetisa, editora.






Silvina Rodrigues Lopes licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), em 1980, onde concluiu o Mestrado em Literatura Portuguesa do Século XX (1985) com uma dissertação a partir da ficção de  Agustina Bessa-Luís. Doutorou-se na Universidade Nova de Lisboa (UNL) com a defesa da tese sobre O problema da legitimação em literatura (1993).

É professora catedrática de Teoria da Literatura no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL. Dedica-se ao ensino e investigação nas áreas de teoria da literatura, estudos de literatura e literatura portuguesa do século XX, áreas em que tem orientado teses académicas, embora também intervenha e escreva no âmbito do pensamento contemporâneo e da arte.


comunicação
In: Colóquio “O edifício da alegria: o pensamento de Eduardo Prado Coelho”,
Org. Centro de Estudos sobre o Imaginário Literário / Observatório Político,
Lisboa, FCG, 15-16 nov. 2012 . – Texto reprod. no blogue do GILF da UNL.

Foi codiretora da revista Elipse: gazeta improvável (Lisboa: Relógio d'Água Editores, 1998-1999) e é cofundadora e codiretora da revista Intervalo, nascida em 2005. O editorial desta revista testemunha a assinatura de Silvina Rodrigues Lopes ao propor-se “como uma revista de pensamento da atualidade”, partindo “da convicção de que a subordinação a estratégias de sucesso e de imposição de imagens e modelos não é uma fatalidade.” E desse modo a Intervalo “não visa de modo nenhum concorrer para a acumulação de saber pronto a consumir” e  “recusa o espaço-tempo do consenso, as suas estratégias comunicativas e as suas visões totalizadoras.” (in site da Intervalo).

 


Ainda no âmbito editorial de revistas, veja-se o exemplar da Revista dobra: pensar com artes (Leiria: Textiverso, 2017), dirigida por Silvina Rodrigues Lopes e disponível online.




A sua intervenção cultural inclui a direção da editora Vendaval, cujo catálogo apresenta como proposta uma seleção de obras que faz “coexistir vários géneros” e tem “como horizonte irrepresentável a multiplicidade – nada fixo ou definido, mas aquilo que no limite da sua forma se torne infinito e assim responda ao impossível.” (do texto editorial).



Mais conhecida no meio académico como docente e investigadora, Silvina Rodigues Lopes desde cedo é detentora de uma voz literária. Estreou-se com o texto de ficção Tão simples como isso (1985), logo seguido de E se-pára (1988). Recentemente, após um vasto e profundo percurso teórico e filosófico, aconteceu o livro de poesia Sobretudo as vozes (2004):






“Sobretudo as vozes. O que passa em campos e não é comum. Magnetiza, desvia. As palavras tornam-se infinitas, fios segregados em incontáveis relações. Formam teias que a consciência não domina. “Eu” é uma palavra para o conflito, paragem mínima em que instinto, hábito e potência criadora tocam limites, que confirmam e repudiam […] Movemo-nos na precariedade e é a ela que o amor traz os seus abismos”.



Mas é principalmente nas áreas da teoria da literatura e dos estudos de literatura portuguesa do século XX que Silvina Rodrigues Lopes apresenta uma escrita avultada. Seguramente a problemática apresentada na sua tese de doutoramento e publicada num volume com cerca de 500 páginas constitui a sua obra de referência. A Legitimação em literatura (1994), título do âmbito da teoria literária, é citado em muitas teses académicas nacionais e além fronteiras e considerado “um dos grandes livros de teoria que alguma vez foram publicados em Portugal” (António GUERREIRO). Na obra A legitimação em literatura, a autora apresenta e discute as várias formas de legitimação da teoria literária, do Iluminismo até ao Desconstrucionismo, mostrando “como a teoria foi sempre habitada por elementos desestabilizadores, por aporias e paradoxos vários que lhe deram sempre uma condição instável” (GUERREIRO, 1994). Entre os fatores constituintes do processo legitimador e fundador da instituição literária podemos destacar a formação teórica, a crítica literária, a opinião pública, os direitos de autor e a integração da disciplina de literatura no sistema de ensino (LOPES, 1994, p. 124-127).

São várias as outras obras publicadas nesta área – geralmente coletâneas constituídas por textos avulsos, inéditos ou dispersos – cujos títulos, tomados de um dos textos inclusos, são já reveladores de perspetivas e concepções do literário: Aprendizagem do incerto (1990), Literatura, defesa do atrito (2003), A anomalia poética (2005), A estranheza-em-comum (São Paulo, 2012), O nascer do mundo nas suas passagens (2021).

 

Nos seus estudos de literatura portuguesa do século XX, destacamos o volume Exercícios de aproximação (2003), composto por um conjunto de ensaios sobre obras de Fernando Pessoa, Ruy Belo, Luiza Neto Jorge, Sophia, Luís Miguel Nava, Irene Lisboa, Agustina, Vergílio Ferreira e Maria Gabriela Llansol, e os extensos e notáveis ensaios dedicados às obras dos seguintes escritores:  Agustina Bessa-Luís (A alegria da comunicação, 1989; Agustina Bessa-Luís: as hipóteses do romance, 1992); Maria Gabriela Llansol (Teoria da des-possessão, 1988); Carlos de Oliveira (Carlos de Oliveira: o testemunho inadiável, 1996); Herberto Helder (A inocência do devir, 2003). Na conhecida coleção “Textos Literários” da Editorial Comunicação tem estudos, de apresentação e linhas de leitura, sobre a Mensagem de Fernando Pessoa e a Poesia de Teixeira de Pascoaes e de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Tem colaborado em diversas publicações periódicas como a Colóquio/Letras, Prelo, Românica, Scripta, Gratuita, Intervalo, entre outras.

Silvina Rodrigues Lopes também se tem dedicado à tradução, a partir da língua francesa, ao longo da sua vida de escrita, investigação e ensino. Alguns títulos: Elogio do cosmopolitismo, de Guy Scarpetta (1988), O crime perfeito, de Jean Baudrillard (1996), A obra-prima desconhecida, de Honoré de Balzac (2002) e A besta de lascaux, de  Maurice Blanchot (2003).






Em março de 2021, com uma tiragem de 80 exemplares impressos e uma versão digital gratuita, sai o livro de homenagem Silvina Rodrigues Lopes: pensar sem fim – Organizado por Sabrina Sedlmayer, Carolina Fenati, Luís Henriques (edição de O vento sopra onde quer). 

São leituras-testemunhos da obra de Silvina Rodrigues Lopes, congregando pensadores das mais diversas áreas, desde a Teoria da Literatura e a Filosofia até às Belas-Artes, História da Arte e à Dança, quase todos oriundos da atividade de ensino, mas também da aprendizagem (ex-alunos ou orientandos de teses académicas), muitos deles escritores ou artistas ou mesmo editores, mormente de Portugal e do Brasil.

Sobre esta edição dizem os organizadores (p. 11):

“Este livro reúne leituras que partilham o pensamento do devir desenvolvido por Silvina Rodrigues Lopes. Nesse encontro, que também pode se chamar estudo ou alegria da comunicação, estão presentes o dom e a dádiva, o rigor e a experimentação, o atrito e a dissipação, as conexões e as rupturas, a assinatura e o testemunho, uma multiplicidade dissipadora de saberes (que jamais conseguiremos nomear), como também uma aguda responsabilidade, exigência e respeito aos textos, escavados e defendidos por essa pensadora. E tudo isso nos foi ensinado através dessa tarefa rara que se chama transmissão.”




A OBRA




Ficção e poesia

(1985) Tão simples como isso [ficção]. Lisboa: Black Sun.
(1988) E Se-pára [ficção]. Lisboa: Hiena. – V. recensão crítica.
(2004) Sobretudo as vozes [poesia]. Lisboa: Vendaval.




Estudos de literatura portuguesa


Vitorino Nemésio

(1984) “Dos caminhos de um monstro (interrogação e felicidade da palavra em alguma poesia de Vitorino Nemésio), Colóquio/Letras, n.º 82 (1984), 28-42. – reprod. em “Des chemins d'un monstre. Interrogation et bonheur du mot dans quelques poèmes de Vitorino Nemésio”, Colóquio/Letras, n.º spécial (mars 1998), 55-71.

Agustina

(1985) A alegria da comunicação: dissertação a partir da leitura dos seguintes romances de Agustina Bessa Luís: Os incuráveis I e II, Efeitos guerreiros. – Tese de mestrado em Literatura. Lisboa: FLUL. – 191 f. (29cm).

(1989) A alegria da comunicação. Lisboa: INCM. – 152 p.; Col. “Temas portugueses”; bibliografia, p. 135-142. – Edição da dissertação de Mestrado.

(1992) Agustina Bessa-Luís: as hipóteses do romance. Lisboa: Asa. – 120 p.; Col. Perspectivas actuais. – Grande prémio de ensaio Unicer/Letras & Letras 1989. / Lisboa: Asa, 2006.

Fernando Pessoa

(1984) “A ficção da memória e a inscrição do esquecimento no Livro do Desassossego", Colóquio/Letras, n.º 77 (1984), 19-26; reprod. em Aprendizagem do Incerto. Lisboa: Litoral, 1990, p. 133-142.

(1986) Mensagem / de Fernando Pessoa. Apresent. crítica e linhas de leitura de Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Comunicação. – Col. Textos Literários, 47.

(1988) “Des-figurações (sobre o Livro do Desassossego)”, Colóquio/Letras, n.º 102 (1988), 61-68; reprod. em Aprendizagem do Incerto. Lisboa: Litoral, 1990, p. 143-152.

(1990) “Deslocação e apagamento em: – Livro do Desassossego de Fernando Pessoa / Bernardo Soares – Le pas au-delà de Maurice Blanchot”, in Aprendizagem do Incerto. Lisboa: Litoral, p. 153-174.

Teixeira de Pascoaes

(1987) Poesia / de Teixeira de Pascoaes. Apresent., seleç. e linhas de leitura de Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa : Comunicação. – Col. Textos Literários, 54.

Maria Gabriela Llansol

(1988) Teoria da Des-possessão: ensaio sobre textos de Maria Gabriela Llansol. Lisboa: Black Sun. / Averno, 2013. – 120 p.

(1999) «Comunidades da excepção», posfácio a O Livro das Comunidades, Maria Gabriela Llansol, Lisboa: Relógio d’Água.

(1999) Geografia de rebeldes / Maria Gabriela Llansol. Lisboa: Relógio d'Água, 1999. – [1.º vol.]: O livro das comunidades; seguido de Apontamentos sobre a escola da rua de Namur. Posf. Silvina Rodrigues Lopes. – 120, [8] p.

Sophia de Mello Breyner Andresen

(1990) Poesia / de Sophia de Mello Breyner Andresen. Apresent. crítica, seleç. e sugestões para análise literária de Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Comunicação. – Col. Textos Literários, 59. V. recensão crítica.

(1998) “[Crítica:] A linha musical do encantamento” [sobre O búzio de Cós, 1997, de Sophia], Relâmpago, n.º 2 –  O lugar da  poesia? (4/1998), 83-86.

(2004) “Sophia: a afirmação silabada”, JL – Jornal de letras, arte e ideias, Lisboa, 22.07.04, p. 11; reprod. em NetProf – Clube dos professores portugueses na Internet [http://www.netprof.pt/].

Joaquim Manuel Magalhães

(1990) "Uma vista/aberta sobre paisagens insuspeitas": ensaísmo de Joaquim Manuel Magalhães”, na secção “Notas e comentários” in Colóquio/Letras, n.º 115-116  (1990), 154-157.

Irene Lisboa

(1994) “O nome de uma cidade” [sobre Irene Lisboa], Colóquio/Letras, n.º 131 (jan. 1994), 87-96. – V. ilustração deste artigo com “O Amante” (excerto de Esta Cidade!, p. 291-323, fac-símile), em extra-texto.

Ana Hartherly

(1995) O mestre / Ana Hartherly. 3ª ed. Lisboa: Quimera. Prefácios de Silvina Rodrigues Lopes e Simone Pinto Monteiro de Oliveira; posf. da autora. – [1.ª ed., Lisboa: Arcádia, 1963. / 2.ª ed., Lisboa: Quimera, 1976. – Pref. Maria Alzira Seixo].

Carlos de Oliveira

(1996) Carlos de Oliveira: o testemunho inadiável. Sintra: Câmara Municipal.

José Correia Tavares

(1998) Leitura dos actos / José Correia Tavares. Pref. de Silvina Rodrigues Lopes. Coimbra: Minerva.

Ralph Waldo Emerson, Daniel Costa

(2000) A confiança em si / Ralph Waldo Emerson, Daniel Costa; trad. Saúl Costa; apresent. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Vendaval.

Herberto Helder


(2003) A Inocência do devir: ensaio a partir da obra de Herberto Helder. Lisboa: Vendaval. / 2.ª ed., Língua Morta, 2019.





Ruben A.

(2004) A escrita dissidente: autobiografia de Ruben A. / Dália Dias. Pref. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Assírio & Alvim.

José Tolentino Mendonça


(2006) A noite abre meus olhos: (poesia reunida) / José Tolentino Mendonça. Posf. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Assírio & Alvim.

António Ramos Rosa


(2013) Philosophie et modernité dans l'oeuvre poétique d'António Ramos Rosa / Jorge Augusto Maximino. Préface de Silvina Rodrigues Lopes. Paris: L'Harmattan.

João Vário


(2009) Sair do paradigma da dívida – a partir da leitura de João Vário, Via Atlântica, n.º 15 – Poéticas de língua portuguesa comparativismo e contemporaneidade (jun. 2009), 243-253.

Manuel de Freitas

(2015) Sunny bar / Manuel de Freitas. Sel. Rui Pires Cabral; posf. Silvina Rodrigues Lopes. [S.l.] : Alambique [Lisboa: Europress].
(2009) “Pensar - estremecer”, in Os cantos de Maldoror: Poesias I & II / Conde de Lautréamont; Isidore Ducasse. Trad. Manuel de Freitas; pref. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Antígona. / 2.ª ed., sob o título Os cantos de Maldoror, Lisboa: Momo, 2015. – Trad. revista Manuel de Freitas; des. Ricardo Castro; texto Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Momo, 2015.

Ensaio e crítica


  • (1986) “Como quem escreve com sentimentos”, Prelo, nº 12 (jul.-set.1986), 31-35.
  • (1986) “Ficção: a realidade e o jogo”, Prelo, n.º 10 (jan.-mar. 1986), 65-70.
  • (1987) “A ficção em 1986”, Prelo, n.º 14 (jan.-mar. 1987), 13-17.
  • (1990) Aprendizagem do incerto. Lisboa: Litoral. – 234, [4] p.; Col. Estudo, 7.
  • (1990) “Alguns apontamentos sobre o ensaísmo de Eduardo Lourenço”, in Aprendizagem do Incerto. Lisboa: Litoral, 199-205; reprod. em BAPTISTA, Maria Manuel, org. (2003), Eduardo Lourenço: uma cartografia imaginária, Col. “Cadernos do Mosteiro”, n.º 9, Maia: Câmara Municipal, p. 26-30, e em BAPTISTA, Maria Manuel, org. (2004), Cartografia imaginária de Eduardo Lourenço: dos críticos. Maia: Ver o Verso, p. 37-42.
  • (1991) “No limite, a afirmação (Apontamentos de uma leitura de Donner le Temps, de Jacques Derrida” – publicado (pela primeira vez?) em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 131-136. [datado, aqui, de 1991].
  • (1993) O problema da legitimação em literatura. Texto policopiado. Tese de doutoramento em lit. Portuguesa do séc. XX. Lisboa: FCSH-UNL. – 692 p.; (30cm); bibliografia, p. 647-684.
  • 1994) A Legitimação em literatura. Lisboa: Cosmos. – 516 p. – Edição da tese de doutoramento. – Disponível online, aqui.
  • (1996) “A poesia, memória excessiva”, Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, n.º 9, Lisboa: Colibri, 155-161. – reprod. em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 47-59. [datado, aqui, de 1998].
  • (1998) “Do ensaio como pensamento experimental” – publicado (pela primeira vez?) em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 121-130. [datado, aqui, de 1998].
  • (1999) “Marcas do desespero” – publicado (pela primeira vez?) em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 61-68. [datado, aqui, de 1999].
  • (1999) “Na margem do desaparecimento” – publicado (pela primeira vez?) em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 101-120. [datado, aqui, de 1999].
  • (1999) “O Ensino da literatura como aproximação ao paradoxo”, Incidências, n.º 1, Lisboa: Colibri, 17-25. – reprod. com o título “A paradoxalidade do ensino da literatura” em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 87-99. [datado, aqui, de 1999].
  • (1999) “Poesia e ideologia” – publicado (pela primeira vez?) em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 69-74. [datado, aqui, de 1998].
  • (1999) «A forma exacta da dissipação» in Literatura e Pluralidade Cultural: Actas do III Congresso da Associação de Literatura Comparada, Lisboa: Colibri, 241-244. – Reprod. em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 75-85. [datado, aqui, de 1998].
  • (2000) “Defesa do atrito”, Relâmpago, n.º 6 – Como falar de poesia? (4/2000), 55-57. – reprod. em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 137-139. [datado, aqui, de 1999].
  • (2002) “A literatura como experiência” – publicado (pela primeira vez?) em Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012, 13-45. [datado, aqui, de 2002].
  • (2003) “Escolher pensar”, Revista Devires, Lisboa, n.º 1, Lisboa (fev. 2012). – reprod. em Caderno de Leituras, n.º 3, Belo Horizonte: Chão da Feira.
  • (2003) “A Anomalia Poética”, revista Telhados de Vidro, n.º 1 (nov. 2003), ed. Averno; reprod. na coletânea com o título deste breve ensaio: A anomalia poética. Lisboa: Vendaval, 2005. – 285 [6] p.
  • (2003) “Literatura e circunstância”, Scripta, Belo Horizonte, v. 7, n.º 13 (2.º sem. 2003), 162-171. – Texto disponível online.
  • (2003) Exercícios de aproximação. Lisboa: Vendaval. – 297, [5] p. – Sobre literatura portuguesa contemporânea.
  • (2003) Literatura, defesa do atrito. Lisboa: Vendaval. – 195, [5] p. / Reed. com o título Literatura, defesa do atrito: ensaio. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012. – Edição brasileira disponível online. / 2.ª ed., s.l.: Língua Morta, 2017.
  • (2004), “Poesia: uma decisão”, Aletria: Revista de Estudos de Literatura, vols. 10/11 – Olhar cabisbaixo: trajetos da visão no século XX (2003/2004), 72-80.
  • (2005) A anomalia poética. Lisboa: Vendaval. – 285 [6] p.

  • (2006) “Sobre-viver: o inacabado”, Românica, revista da FLUL, n.º 15 (), 139-146.
  • (2008) “A desordem imprevisível da arte”, in Arte e Poder, Lisboa: IHA – Estudos de arte contemporânea, 437-445.
  • (2008) "Divagações (sobre a arte, a poesia, a memória, a política)", in Poesia e Arte: A Arte da Poesia. Org. Helena Carvalhão Buescu e Kelly Benoudis Basílio. Lisboa: Caminho.
  • (2009) “Investigações poéticas do terror”, Dacrítica. Série Ciências da Literatura –Revista do centro de Estudos Humanísticos da Univ. do Minho, n.º 23/3 (2009), 169-177.
  • (2009) “Pensar - estremecer”, in Os cantos de Maldoror: Poesias I & II / Conde de Lautréamont; Isidore Ducasse. Trad. Manuel de Freitas; pref. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Antígona. / 2.ª ed., sob o título Os cantos de Maldoror, Lisboa: Momo, 2015. – Trad. revista Manuel de Freitas; des. Ricardo Castro; texto Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Momo, 2015.
  • (2010) “La extrañeza en común”, Devenires XI, 22 (2010), 89-108. – Trad. em língua espanhola por Eduardo Pellejero.
  • (2011) “Como quem num dia de verão abre a porta de casa”, Colóquio/Letras, Lisboa, n.º 178 (set. 2011), 9-21.
  • (2011) “Imaginário – «atenção aos degraus!»”, Cadernos do Ceil: revista multidisciplinar de estudos sobre o imaginário, Lisboa, n.º 1 - Narrativas e Mediação / Traços (2011), 28-34. – Texto disponível online.
  • (2011) “Precedências desajustadas”, in AA.VV, org. Tomás Maia, Persistência da obra: arte e política. Lisboa: Assírio & Alvim. – 128 p.
  • (2011) “[sobre o texto de Hölderlin “Num ameno azul”]”, in DUARTE, Bruno (ed.), Lógica Poética. Friedrich Hölderlin. Lisboa: Vendaval.
  • (2012) “A dança das teorias”, comunicação, in Colóquio “O edifício da alegria: o pensamento de Eduardo Prado Coelho”, Org. Centro de Estudos sobre o Imaginário Literário / Observatório Político, Lisboa, FCG, 15-16 nov. 2012 . – Reprod. no blogue do GILF da UNL.
  • (2012) A estranheza-em-comum. São Paulo: Lumme / Móbile coleção de mini-ensaios, vol. 15, 2012 ou 2016.
  • (2012) Texto lido na apresentação de Criatura 6, na Guilherme Cossoul, 28.01.2012, post no blogue da Criatura, 6.02.2012. – Texto lido na apresentação da revista de poesia Criatura, n.º 6 (nov. 2011).
  • (2013) “Jacques Derrida – políticas sem mandamento”, in Pensamento crítico contemporâneo. Org. e rev. Unipop ; coord. Bruno Peixe Dias et al; trad. Miguel Cardoso, Sónia Cardoso. Lisboa: Edições 70. – Possível reprod. escrita das sessões: “Jacques Derrida e a política da desconstrução” [24.05.2008], no Seminário de introdução: Pensamento crítico contemporâneo, Fábrica Braço de Prata, março-maio 2008, sábados das 17h-20h; e “Jacques Derrida” [6.12.2008], 2.ª ed. do seminário Pensamento crítico contemporâneo, dedicado agora ao tema Estética e Política, na Fábrica Braço de Prata, nov. 2008 a fev. 2009, sábados das 16h-19h.
  • (2014) “Evitar a última palavra”, comunicação integrada no primeiro Colóquio Arte, Crítica, Política. Org. ???. Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 20.06.2014.
  • (2015) "Da crítica na transformação do mundo", conferência integrada no ciclo de Conferências Internacionais "Crítica e Valor", Porto, Museu de Serralves, 25.06.2015.
  • (2015) “Errância, o insacrificável”, Gratuita, vol. 2, tomo I — Atlas, org. Maria Carolina Fenati, Belo Horizonte: Chão da Feira, 202-205. – Texto disponível online.
  • (2015) “A luz como meio e limite”, revista “Ípsilon” do jornal Público, 26.07.2015, p. 29; reprod. com o título (anterior subtítulo) “A pedregosa luz da poesia”, “Cultura-Ípsilon” do Público digital, 26.07.2015.

Organização de volumes (atas, homenagens, revistas...)


(1997) Os sentidos e o sentido: literatura e cultura portuguesas em debate: homenageando Jacinto do Prado Coelho. Org. Ana Hatherly e Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Cosmos.· 

(2014) Em coorg. com Sabrina SEDLMAYER, ALETRIA: Revista de Estudos de Literatura, v. 24, n.º 3 – Políticas do contemporâneo (set.-dez. 2014), Belo Horizonte: POSLIT, Faculdade de Letras da UFMG.

Entrevistas


ALMEIDA, Emília Pinto de (2012) A ironia das teorias: entrevista com Silvina Rodrigues Lopes (conduzida por Emília Pinto de Almeida), Revista de História da Arte [revista do IHA – Instituto de História da Arte da FCSH da UNL], n.º 10 – Práticas da Teoria (2012), 10-23; reprod. em Caderno de Leituras, n.º 48, Belo Horizonte: Chão da Feira, agosto 2016, 1-19.


VASCONCELOS, Mauricio Salles (2011) Poesia e teoria na era da indiferença [Entrevista a SRL], Sibila: revista de poesia e crítica literária, Ano 16, 25.02.2011.

Traduções

  • Elogio do cosmopolitismo / Guy Scarpetta. Trad. Silvina Rodrigues Lopes. [S.l.]: João Azevedo. 1988. – 272 p.
  • O crime perfeito / Jean Baudrillard. Trad. e pref. de Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Relógio d'Água, 1996.
  • A obra-prima desconhecida / Honoré de Balzac; pref. Manuel San Payo. Trad. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Vendaval, 2002.
  • A besta de lascaux / Maurice Blanchot. Trad. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Vendaval, 2003.
  • Morada: Maurice Blanchot / Jacques Derrida. Trad. Silvina Rodrigues Lopes. Lisboa: Vendaval, 2004.


BIBLIOGRAFIA PASSIVA













Silvina Rodrigues Lopes: pensar sem fim
– Org. Sabrina Sedlmayer, Carolina Fenati, Luís Henriques. 
S.l. [Évora]: O vento sopra onde quer, 2021.






B

BAPTISTA, Abel Barros (1994) Recensão crítica a Agustina Bessa-Luís: as hipóteses do romance, de Silvina Rodrigues Lopes, in Colóquio/Letras, Lisboa, n.º 132/133 (abr. 1994), 258-260.

BARBAS, Helena (1989) “Silvina Rodrigues Lopes - A Alegria da Comunicação”, O Independente, 19.09.1989, p. 47; reprod. na Internet, aqui.

BESSE, Maria Graciete (1989) Recensão crítica a E se-pára, de Silvina Rodrigues Lopes, in Colóquio/Letras, Lisboa, n.º 109 (maio 1989), 123-124.
C
COELHO, Eduardo Prado (2005) “Riscos” [sobre a editora Vendaval], na secção “O fio do horizonte” do jornal Público digital, 16.09.2005.
F
FREITAS, Manuel de (2004), “Testemunho do abismo”, revista “Atual” do Expresso, n.º 1666, 2.10.2004, p. 57.
G

GRAÇA, Virgínia Pacheco (1994) Recensão crítica a Poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, de Silvina Rodrigues Lopes, in Colóquio/Letras, Lisboa, n.º 131 (jan. 1994), 227-228.

GUERREIRO, António (1994) “A teoria instável” – [recensão crítica de: A Legitimação em Literatura, Silvina Rodrigues Lopes], Expresso, n.º 1147, 27.10.1994.

GUSMÃO, Manuel (1996), recensão crítica de: Silvina Rodrigues Lopes, A Legitimação em Literatura, Dedalus – revista da Associação Portuguesa de Literatura Comparada; dir. Maria Alzira Seixo, n.º 6, 1996.
H

Hmbf (2004) “Sobretudo as vozes” [sobre o livro de poesia de SRL], in blogue Antologia do esquecimento, 11.10.2004.

Hmbf (2006) “A anomalia poética” [sobre a coletânea homónima de SRL], in blogue Antologia do esquecimento, 19.09.2006.

Hmbf (2006) “O valor” [sobre a revista Intervalo 1], in blogue Antologia do esquecimento, 7.01.2006.

J
JORGE, Carlos J. F. (?) “Legitimação”, verbete, in E-Dicionário de Termos literários, de Carlos Ceia.
M

MAGALHÃES, Isabel Alegro de (1992) “O imprevisto na relação de Silvina Rodrigues Lopes e Agustina Bessa-Luís. (Agustina Bessa-Luís: as hipóteses do romance. Porto: Asa, 1992)”, Recensão crítica, in [?], p. 147-150.



MOURÃO, Luís (1994) Recensão crítica a A aprendizagem do incerto, de Silvina Rodrigues Lopes, in Colóquio/Letras, Lisboa, n.º 131 (jan. 1994), 248-249.

N
NASCIMENTO, Eme (?) Resenha: Literatura, defesa do atrito.
R

RODRIGUES, Isabel Cristina (2004) “Graffi ti: entre a pedra e a palavra. Acerca de Sobretudo as vozes de Silvina Rodrigues Lopes”, Forma breve, Aveiro, n.º 2 (2004), 215-219.
S

SALEMA, Álvaro (1987) “Experiências no caminho [nota crítica a Tão Simples como Isso, de Silvina Rodrigues Lopes; Brinquedo Electrónico Essencial, de Manuel João Gomes]", in Colóquio/Letras, n.º 97 (maio 1987), 100.


STUDART, Júlia (2013) “Silvina Rodrigues Lopes: literatura, estranheza e atrito”, Substantivo Plural, porta, Rio Grande do Norte, Brasil, 29.07.2013.

T
TEXTANGOS (2005), “Por uma Instabilidade do Cânone? – ecensão à "Conclusão" in A legitimação em Literatura de S.R. LOPES”, in blogue “Leituras da escrita”, 26.01.2005.
V
VASCONCELOS, Mauricio Salles (2007), Sobretudo as vozes, de Silvina Rodrigues Lopes, Via Atlântica, n.º 12 – Literatura, cultura e exclusão (2007), 231-235.





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