22/10/2016

A legitimação literária do canto de Bob Dylan

Bob Dylan - fotogr. na Rolling Stone

“Bob Dylan couldn't wait for the music to change. He couldn't be only part of the change. He was the change itself.”
Jay Cocks, in “The folk musician” , Time, n.º 22, 8.06.1998.


Vida

Bob Dylan é o nome artístico de Robert Allen Zimmerman, nascido na cidade de Duluth, nos Estados Unidos da América, a 24 de maio de 1941. Completou 75 anos de existência, com cerca de meio século de lyrics, escritas e cantadas.
É um dos mais famosos cantores e compositores de música “folk”, escritor, pintor, ator, e realizador norte-americano.

Juvenília

Dylan nasceu no estado de Minnesota, nos EUA, mas é neto de imigrantes judeus russos. Cedo, ainda adolescente, começou a escrever poemas e, como autodidata, aprendeu piano e guitarra.
Embora tenha começado a cantar em grupos de rock – por exemplo, na escola formou a banda The Shadow Blasters e terá sido por essa altura que adotou o pseudónimo Bob Dylan –, só quando foi para a Universidade de Minnesota, em Minneapolis, em 1959, é que se interessou realmente pela “folk music”. Nesta cidade, atuou em bares, acompanhado apenas de um violão e de uma gaita-de-beiços (ou “harmónica”). Desiste então do curso e, em 1961, viaja para Nova Iorque, onde assinará um contrato com a sua primeira editora musical.

Bob Dylan, o cantor, desde 1962

Lançou o seu primeiro álbum em 1962, Bob Dylan, que lhe abre as portas para a fama. O trabalho seguinte, The Freewheelin’Bob Dylan (1963) converter-se-ia com faixas como “Blowin’ in the Wind” em hino dos movimentos pacifistas a favor dos direitos civis nos EUA.

Todavia, em 1964, The times they are a-changin´ alterará esta sua fase como intérprete de canções de protesto. De facto, o novo álbum Highway 61 revisited (1965) no qual está incluído o tema “Like a rolling stone”, alterou a conceção que se tinha do rock’n roll através de uma maior profundidade conferida aos seus textos poéticos.

Considerado pioneiro na introdução da literatura na música pop e também na fusão de ritmos europeus e afro-americanos, Bob Dylan é autor e intérprete de sucessos emblemáticos como “Blowin' in the wind” e “A hard rain’s a-gonna fall” (1963), “Mr. Tambourine Man” (1965), “Lay lady lay” (1969), “Knockin’ on heaven’s door” (1973) e “Slow train” (1979). Estes são alguns dos temas de uma vasta discografia do cantor-poeta que influenciaram e continuam a influenciar a música popular moderna.

Ao longo de uma carreira, já com meio século, editou dezenas de álbuns, de studio e ao vivo, dos quais se destaca: The times they are a-changin’ (1964), Bringing it all back home (1965), Highway 61 Revisited (1965), Blonde on Blonde (1966), Nashville skyline (1969), Self portrait (1970), Pat Garrett & Billy The Kid (1973), Before the flood (1974), Slow Train Coming (1979), Saved (1980), Shot of love (1981), Empire burlesque(1985), Under the red sky (1990), Good as I been to you (1992), Time out of mind (1997), Gotta serve somebody: the gospel songs of Bob Dylan (2003), Together through life (2009), Timeless (2011), Tempest (2012), Shadows in the night (2015), Fallen Angels (2016).


As suas canções mais célebres estão reunidas em “Bob Dylan's greatest hits” (vol. 1, 1967; vol. 2, 1971; vol. 3, 1994), em “The best of Bob Dylan” (1997) e “The essential Bob Dylan” (2000). Mais recentemente, com uma organização metódica e visando uma coleção mais completa, encontramos a obra musical de Dylam em “The Bootleg Series”, que reúne músicas suas desde o início de carreira, com cerca de 14 volumes.



Grande defensor de causas sociais, Bob Dylan participou em várias iniciativas de solidariedade e beneficência: o Live Aid (JFK Stadium, 1985), Farm Aid (Memorial Stadium, 1985) e Concierto por la Paz (San Sebastian, País Basco, 2006). Esse seu convicto “engajamento” é coroado em 1997, quando foi convidado pelo Papa João Paulo II a atuar para milhares de fãs no World Eucharistic Congress, em Bolonha (Itália).

O cinema

Bob Dylan tem algumas e variadas incursões pelo mundo do cinema. Por exemplo, compôs a banda sonora para o filme “Pat Garrett & Billy the Kid” (1973) de Sam Peckinpah, no qual Dylan também representou como ator um papel secundário.



Dois anos mais tarde, na Primavera de 1975, antes e durante a tourné de Dylan “Rolling Thunder Revue”, em que aparecem muitos outros cantors, ele daria início à realização do seu único filme – 
“Renaldo and Clara” (EUA, 1978 – quatro horas),
protagonizado por si, Sara Dylan e Joan Baez. Escrito por Dylan e Sam Shepard, o filme incorpora diferentes géneros fílmicos: gravação de concertos, entrevistas documentais, quadros dramáticos ficcionados refletindo as letras e a vida de Bob Dylan. Apesar da receção negativa nos EUA, o filme foi galardoado com o “Interfilm Award” no Festival Internacional de Cinema em Mannheim-Heidelberg (Alemanha), em 1978.





Por outro lado, teve coautoria com Charles Larry no guião do filme por este realizado: “Masked and Anonymous” (2003).

Em 1976, o grupo The Band apresenta o seu concerto de despedida – The Last Waltz, em São Francisco. Nele participam também como intérpretes Bob Dylan, que desde 1966 colaborava com esta banda, Emmylou Harris, Neil Diamond, Eric Clapton, Van Morrison, Joni Mitchell, Ringo Star, entre outros. Deste concerto memorável será feito um documentário pelo realizador Martin Scorsese, com estreia em 1978.

Bob Dylan participou em vários filmes e as suas canções estão incluídas em muitas bandas sonoras do cinema americano.


A pintura

Outra faceta de Bob Dylan é o desenho e a pintura. Em 1994 publicou um livro de desenhos “Drawn Blank” e, em 2007, expôs pela primeira vez a sua pintura no Museu Kunstsammlungen, em Chemnitz na Alemanha. Nesta exposição intitulada “The Drawn Blank Series” esteve representado com 175 aquarelas e guaches.

Literatura

Dylan começou a escrever poesia ainda adolescente, tendo já escritos e reunidos em 1966 os textos, ou o “prosa-poema experimental” como já foi designado, para o volume Tarântula que só viria a publicar em 1971 (New York: Macmillan. – trad. portuguesa de Vasco Gato, Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2007. – trad. brasileira de Paulo Henriques Britto, São Paulo: Brasiliense, 1986).
Embora durante toda a sua vida Dylan tenha publicado as suas canções em livro, o seu Bob Dylan song book (da ed. New York: M. Witmark, 1965, até à ed. The definitive Bob Dylan songbook, New York: Amsco, 2001), parece ser com o título de Lyrics que irá sucessivamente editar a compilação das letras das suas composições: em 1985, as lyrics de 1962-1985; em 1997, ampliadas ao período 1962-1996; em 1999, até 1999; em 2004, compreende as lyrics entre 1962-2001; em 2008, intituladas simplesmente Lyrics (sem a menção do período temporal); e finalmente em 2014, sob o título The Lyricssince 1962, ed. por Christopher Ricks, Lisa Nemrow e Julie Nemrow, New York: Simon & Schuster.
Em Portugal, as letras das canções do poeta-cantor foram editadas em dois volumes pela editora Relógio d’Água, em 2006 e 2008, respetivamente, abrangendo o período entre 1962 e 2001: Canções 1962-2001 Volume 1 (1962-1973), Volume 2 (1974-2001), ambos com traduções de Angelina Barbosa e Pedro Serrano.



Mais recentemente, em 2004, saiu a público o primeiro volume da autobiografia de Dylan, Chronicles, volume one (New York: Simon & Schuster), que teve logo tradução portuguesa por Bárbara Pinto Coelho: Crónicas (Lisboa: Ulisseia, 2005) e brasileira, por Lúcia Brito: Crônicas Vol. I (São Paulo: Planeta, 2005). Curiosamente, Dylan é amigo do igualmente cantor-escritor Caetano Veloso, amizade procedente da leitura do volume Verdade Tropical deste (São Paulo: Companhia das Letras, 1997).

Portanto, alguma da obra literária do autor norte-americano, recentemente nobilizado, também está publicada em Portugal, a par das composições e das edições musicais.

Reconhecimento e prémios


Em 2004, foi eleito pela revista Rolling Stone o 7.º maior cantor de todos os tempos e, pela mesma revista, o 2.º melhor artista da música de todos os tempos, ficando atrás apenas dos Beatles. Uma de suas principais canções, “Like a rolling stone”, foi escolhida como a melhor de todos os tempos. Destaco alguns prémios com que foi distinguido ao longo da sua carreira.

Bob Dylan recebera já cinco Gramys e em 1991 o “Grammy Lifetime Achievement Award, quando, em 2006, é laureado com mais dois Gramys com o  álbum Modern Times: “Best Contemporary Folk Album” e “Best Solo Rock Vocal Performance” com a canção “Someday Baby”.

A 30 de janeiro de 1990, recebe as insígnias de Comendador da Ordem das Artes e das Letras francesas [Ordre des Arts et des Lettres], condecoração concedida pelo Ministério da Cultura da França que visa recompensar “as pessoas que se distinguem pela sua criação no domínio artístico ou literário ou pela sua contribuição ao desenvolvimento das artes e das letras na França e no mundo”. Condecoração controversa, como quase todas, pela rebeldia do condecorado, o seu conhecido consumo de heroína e por ter sido uma voz ativa em relação à guerra do Vietname.

Em 1997, foi distinguido com o “Kennedy Center Honors” pelo labor artístico de toda uma vida, e em 2000 recebeu das mãos do Rei da Suécia o Prémio de Música Polar [Polarpriset], concedido pela Real Academia Sueca de Música em reconhecimento do caráter inovador da sua criação musical e da sua contribuição para o avanço da música.
Em 2001 recebeu um Óscar pela melhor canção original e um Globo de Ouro pelo seu tema “Things have changed”, incluída no filme “The Wonder Boys” (2000).


Bob Dylan - Things Have Changed

Em junho 2007, foi honrado com o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes, considerando que Bob Dylan é um “mito viviente en la historia de la música popular y faro de una generación que tuvo el sueño de cambiar el mundo.” Igualmente porque “austero en las formas y profundo en los mensajes, Dylan conjuga la canción y la poesía en una obra que crea escuela y determina la educación sentimental de muchos millones de personas.” Neste sentido, o prémio das artes distinguiu-o porque “es fiel reflejo del espíritu de una época que busca respuestas en el viento para los deseos que habitan en el corazón de los seres humanos.” (da Ata, 13.06.2007).

Em 2012, foi condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade,  a mais alta honra civil, pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que terá dito: “Não há um gigante maior na história da música americana.”

Bob Dylan na Casa Branca, EUA, 2012.
Foto por Charles Dharapak, no Facebook.


Finalmente, foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 2016 por “ter criado novos modos de expressão poética no quadro da tradição da música americana”. Esta atribuição inesperada do maior prémio... da literatura a alguém que era conhecido no mundo da música foi algo controverso e fez correr muita tinta. O crítico de música Greil Marcus expressa provavelmente a opinião de muitos, em setembro de 2006 mas em sintonia com outubro de 2016, sobre se pensam que Dylan iria alguma vez ganhar o Prémio Nobel da Literatura, como de facto ganhou, ao responder :
« I hope not. There are thousands of novelists more deserving than he is. It’s a prize for literature; he’s a songwriter, he’s a singer, he’s a performer. Anyway, Bob Dylan’s won lots of awards, he doesn’t need this one. There are plenty of people who need the money, need the readers. »
(no verbete sobre « Ball, Gordon », 
in MICHAEL, Gray - The Bob Dylan encyclopedia, 2006, p. 32.)


Bob Dylan já recebera o título de Doutor honoris causa pela Universidade de Princeton e fora  incluído pela revista Time na lista das 100 pessoas mais influentes do século XX.


Obra (literatura, música, pintura)


Bibliografia

  • Bob Dylan song book. Fotogr. Chuck Stewart. New York: M. Witmark, 1965. / The definitive Bob Dylan songbook. New York: Amsco, 2001.
  • Bob Dylan Himself: his words, his music. London: Duchess, 1965.
  • Bob Dylan: a collection. New York: M. Witmark, 1966.
  • Bob Dylan: the original. Ed. by Dan Fox. Warner Bros - Seven Arts Music, 1968.
Tarantula. New York: Macmillan, 1971. 
Trad. portuguesa: Tarântula / Bob Dylan. Trad. Vasco Gato. Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2007.
  • Poem to Joanie. With an introd. by A. J. Weberman. London: Aloes Seola, 1971.
  • Writings and drawings. New York: Alfred A. Knopf, 1973.
  • The songs of Bob Dylan: from 1966 through 1975. New York: Knopf, 1976.



Lyrics, 1962-1985. New York: Knopf, 1985.
Lyrics, 1962-1996. – New York : Villard, 1997.
Lyrics, 1962-1999. – New York : Knopf, 1999.
Lyrics : 1962-2001. New York: Simon & Schuster, 2004. 
Lyrics. Ed. by Heinrich Detering. Stuttgart: Reclam, 2008.
The Lyricssince 1962. Ed. by Christopher Ricks, Lisa Nemrow and Julie Nemrow. New York: Simon & Schuster, 2014.

Tradução portuguesa: Canções 1962-2001: Volume 1 (1962-1973). Trad. Angelina Barbosa, Pedro Serrano. Lisboa: Relógio d'Água, 2006.
Canções 1962-2001: Volume 2 (1974-2001). Trad. Angelina Barbosa, Pedro Serrano. Lisboa, 2008.

  • Bob Dylan Anthology. New York: Amsco, 1990.
  • Drawn Blank. – New York: Random House, 1994. / Bob DylanThe drawn blank séries. Ed. by Ingrid Mössinger and Kerstin Drechsel. New York : Prestel, 2007.
  • Man gave names to all the animals. – Il. by Scott Menchin. San Diego, Calif.: Harcourt Brace, 1999. / New York: Sterling, 2010. – Il. by Jim Arnosky.










Chronicles
Volume One.
New York: Simon & Schuster, 2004. 

Trad. portuguesa: Crónicas / Bob Dylan; trad. Bárbara Pinto Coelho. Lisboa: Ulisseia, 2005.





  •  Hollywood foto-rhetoric : the lost manuscript. Photographs by Barry Feinstein. New York: Simon & Schuster, 2008.
  • Forever Young. Il. by Paul Rogers. New York: Atheneum, 2008.
  •  Bob DylanThe Brazil series. New York: Prestel, 2010.
  •  Blowin’ in The Wind. Il. by Jon J. Muth. New York: Sterling, 2011.
  • Bob Dylan: The Asia series. New York: Gagosian Gallery, 2011.
  • Revisionist Art. New York: Gagosian Gallery, 2012.
  • Bob Dylan: Face Value. Text by John Elderfield. London: National Portrait Gallery, 2013.
  •  If dogs run free. Il. by Scott Campbell. New York: Atheneum, 2013.
  •  If not for you. Il. by David Walker. New York: Atheneum, 2016.

Traduções em língua portuguesa

  • Crónicas / Bob Dylan; trad. Bárbara Pinto Coelho. Lisboa: Ulisseia, 2005.
  • Tarântula / Bob Dylan; trad. brasileira de Paulo Henriques Britto, São Paulo: Brasiliense, 1986.
  • Tarântula / Bob Dylan; trad. portuguesa de Vasco Gato. Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2007.
  • Canções 1962-2001: Volume 1 (1962-1973) / Bob Dylan; trad. Angelina Barbosa, Pedro Serrano; rev. Alda Couto. Lisboa: Relógio d'Água, 2006. – Tít. Orig.: Lyrics.
  • Canções 1962-2001: Volume 2 (1974-2001) / Bob Dylan; trad. Angelina Barbosa, Pedro Serrano; rev. Alda Couto. Lisboa: Relógio d'Água, 2008. – Tít. Orig.: Lyrics.

Álbuns

  • Bob Dylan (1962)
  • The freewheelin’ Bob Dylan (1963)
  • The times they are a-changin’ (1964)
  • Another side of Bob Dylan (1964)
  • Bringing it all back home (1965)
  • Highway 61 revisited (1965)
  • Blonde on blonde (1966)
  • Bob Dylan's greatest hits
  • The Bootleg Series:
  • Films (lista)
Bob Dylan's greatest hits:
  • Bob Dylan's greatest hits (1967)
  • Bob Dylan's greatest hits vol. 2 (1971)
  • Bob Dylan's greatest hits vol. 3 (1994)
  • The best of Bob Dylan (1997)
  • The essential Bob Dylan (2000)
  • John Wesley Harding (1968)
  • Nashville skyline (1969)
  • Self portrait (1970)
  • New morning (1970)
  • Pat Garrett & Billy The Kid (1973)
  • Dylan (1973)
  • Planet Waves (1974)
  • Before the flood (1974)
  • Blood on the tracks (1975)
  • The basement tapes (1975)
  • Desire (1976)
  • Hard rain (1976)
  • Street legal (1978)
  • Bob Dylan at Budokan (1978)
  • Slow train coming (1979)
  • Saved (1980)
  • Shot of love (1981)
  • Infidels (1983)
  • Real live (1984)
  • Empire burlesque (1985)
  • Biograph (1985) – Um compilação de cinco álbuns que assinala os seus 25 anos de artista.
  • Knocked out loaded (1986)
  • Down in the groove (1988)
  • Dylan & the Dead (1989)
  • Oh mercy (1989)
  • Under the red sky (1990)
  • Good as I been to you (1992)
  • World gone wrong (1993)
  • MTV Unplugged (1995)
  • The songs of Jimmie Rodgers: a tribute (1997)
  • Time out of mind (1997)
  • “Love and theft” (2001)
  • Masked and anonymous: the soundtrack (2003)
  • Gotta serve somebody: the gospel songs of Bob Dylan (2003)
  • Live at the Gaslight 1962 (2005)
  • Live at Carnegie Hall 1963 (2005)
  • Modern Times (2006)
  • The traveling Wilburys collection (2007)
  • Together through life (2009)
  • Christmas in the heart (2009)
  • The original mono recordings (2010)
  • Good Rockin’ Tonight: The legacy of sun (2011)
  • Timeless (2011)
  • Tempest (2012)
  • The lost notebooks of Hank Williams (2011)
  • Shadows in the night (2015)
  • Fallen Angels (2016)

The Bootleg Series:
  • The Bootleg Series: vols. 1-3: Rare and unreleased 1961-1991 (1991)
  • The Bootleg Series, vol. 4: Bob Dylan live 1966: The ’Royal Albert Hall’ concert (1998)
  • The Bootleg Series, vol. 5: Live 1975: The rolling thunder revue (2002)
  • The Bootleg Series, vol. 6: Live 1964: Concert at Philharmonic Hall (2004)
  • The Bootleg Series, vol. 7: No direction home: the soundtrack (2005)
  • The Bootleg Series, vol. 8: Tell tale signs: rare and unreleased, 1989-2006 (2008)
  • The Bootleg Series, vol. 9: The Witmark Demos: 1962-1964 (2010)
  • The Bootleg Series, vol. 10: Another self portrait (2013)
  • The Bootleg Series, vol. 11: The basement tapes complete (2014)
  • The Bootleg Series, vol. 12: The cutting edge 1965-1966 (2015)
  • The Bootleg Series, vol. 14: surviving in a ruthless world: the 1983 infidels sessions. 


 Filmes

  • Dont look back / D. A. Pennebaker, 1967.
  • Eat the document / D. A. Pennebaker, Howard Alk, Bob Dylan, 1971.
  • Pat Garrett & Billy The Kid / Sam Peckinpah, 1973.
  • Renaldo & Clara / Bob Dylan, 1978.
  • The last Waltz / Martin Scorsese, 1978.
  • Hard to handle / Gillian Armstrong, 1986.
  • Hearts of fire / Richard Marquand, 1987.
  • Masked and anonymous / Larry Charles; written by Bob Dylan and Larry Charles, 2003.
  • No direction home / Martin Scorsese, 2005.
  • I’m not there / Todd Haynes, 2007.
  • The other side of the mirror: Bob Dylan live at the Newport Folk Festival, 1963-1965. / Murray Lerner, 2007.


Algumas referências

  • MICHAEL, Gray (2006) The Bob Dylan encyclopedia. New York: Continuum. – 736 p.

Sem comentários:

Enviar um comentário